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Nota da UJC-SP em apoio à greve estudantil na EFLCH (Unifesp campus Guarulhos)
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Nota da UJC-SP em apoio à greve estudantil na EFLCH (Unifesp campus Guarulhos)

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11072259_10206188468131415_244561137_n Nesta última terça-feira, dia 24, a EFLCH (Unifesp campus Guarulhos) entrou em greve, após paralisação de 1 semana. Recentemente foi divulgado o massivo corte de 30% dos gastos com educação, corte este que atingiu gravemente diversas instituições federais de ensino superior, trazendo a elas um sucateamento ainda maior. Tal corte é parte integrante do popularmente conhecido como ´´pacote de maldades“ do Governo Federal, um conjunto de medidas provisórias que, entre outras coisas, ocasionou cortes de investimentos públicos em setores essenciais à população como a saúde, a educação e a Previdência Social, com a contrapartida de um pagamento mais generoso e bem remunerado com juros às instituições credoras da dívida pública brasileira.

Entre as consequências dos cortes para a educação superior, que em cada instituição se deram de uma forma, no campusGuarulhos da Unifesp houve o corte de um sistema de transportes importantíssimo para a permanência estudantil, levando em consideração que muitos dos estudantes do campus são do município de São Paulo, e não há moradias estudantis nas proximidades desde sua fundação em 2006. O sistema de transportes do campus foi disponibilizado por um convênio com a EMTU, conhecido como Ponte ORCA, que fazia a ligação do campus provisório, localizado no centro de Guarulhos, com a estação Carrão da linha vermelha do metrô, além de fretados que saíam da estação Armênia, em menor quantidade, mas que auxiliavam muitos estudantes da mesma forma. Para o endereço original do campus, no bairro dos Pimentas, onde se encontra em construção o edifício acadêmico definitivo, os veículos da Ponte ORCA saíam da estação Itaquera. Em outros campi, como os de Diadema e Baixada Santista, houve demissões que reduziram o quadro de funcionários terceirizados, incluindo os responsáveis pela limpeza e segurança, que em vários casos possuem salários com meses de atraso.

A justificativa da instituição é que com o passe livre se torna injustificável e inviável a renovação do contrato com a empresa de transportes, porém nem todos se enquadram nos pré-requisitos necessários para adquirir o benefício, e por isso cerca de 30% dos alunos seriam excluídos. Diante de tudo o que debatemos e construímos em conjunto, entraram como pauta as exigências de que a Ponte ORCA retorne, que sejam criadas linhas expressas de São Paulo para o campus, que seja garantido o passe livre para todos os estudantes, tudo com a garantia de que as conquistas se estendam para o endereço original do campus no Pimentas, quando retornarmos.

Fora as exigências em torno do transporte, também exigimos investimento de 10% do PIB nacional para a educação pública já, reajuste dos auxílios-permanência, desvinculando as bolsas do critério acadêmico e vinculando-as ao critério socioeconômico, uma data certa e explicações sobre o retorno ao Pimentas, que não haja divisão de cursos por conta desse retorno, moradia estudantil e creche. Por fim, apoiamos a greve dos servidores do campus São Paulo e nos comprometemos a participar dos atos do dia nacional de lutas, no dia 26, o que se concretizou com um ato que saiu do edifício do DCE em direção ao edifício da reitoria.

Assim, no dia 26 houve, no edifício do DCE, antes do atoque protocolou na reitoria a pauta da greve dos estudantes da EFLCH, uma plenária acerca dos problemas gerais da Unifesp decorrentes do corte de verbas do MEC, de forma a subsidiar as propostas apresentadas ao longo das negociações com a reitoria. Também foram levantadas questões sobre os casos de machismo na Unifesp, onde a PRAE sempre agiu de modo insatisfatório, e os casos de suicídio de discentes, onde foi exigido auxilio psicológico (que entra na questão de permanência estudantil), e uma conversa com o NAE. A reitora ainda se comprometeu em formar comissões para ir até a EMTU com a presença do MEC realizar uma visita ao campus Pimentas, a fim de fiscalizar as obras do prédio definitivo da EFLCH, que neste momento está com 90% das obras concluídas.

A UJC tem acompanhado e participado ativamente das atividades do movimento estudantil desde o início da paralisação. Acreditamos que 2015 será um ano muito importante para a luta de trabalhadores e estudantes, não apenas das universidades federais, como resposta ao corte de investimentos públicos com que o governo Dilma iniciou seu segundo mandato. Os trabalhadores e a juventude não devem pagar pela crise do capital, e por isso a resposta dos professores, estudantes e servidores a qualquer medida conservadora proposta pelo Governo Federal deve ser a mobilização, para garantir que se efetive a ampliação dos investimentos no ensino público conquistada com a greve de 2012, quando passou a ser incluída entre as metas do Plano Nacional de Educação (com os 10% do PIB previstos apenas para 2022, nem todos eles para a educação pública). A maior fragilidade institucional que temos atualmente, com um Congresso Nacional recém-eleito mais conservador, tornará a tarefa mais árdua, mas a luta organizada dos trabalhadores e da juventude, com a união de todas as forças da esquerda, entidades e movimentos sociais, é capaz de impor derrotas aos setores mais retrógrados, permitindo o avanço de propostas para as políticas públicas, inclusive para a educação superior, guiadas não segundo os interesses das grandes empresas, mas da totalidade da população trabalhadora.

Todo apoio à greve estudantil da EFLCH!