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EXTRA-VESTIBULAR: 1.652 estudantes fora da UFPE. Por quê?

EXTRA-VESTIBULAR: 1.652 estudantes fora da UFPE. Por quê?

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 A UFPE acaba de anunciar um extra-vestibular para preencher 1.652 vagas distribuídas entre diversos cursos. Essas vagas existem em boa medida por conta da EVASÃO de estudantes, ou seja, o abandono do curso antes de sua conclusão, que é cada vez maior por conta dos CORTES NAS POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL, o que nos torna as verdadeiras vítimas da política de “contenção de gastos”.

A Assistência Estudantil é uma das principais responsáveis pela democratização do ensino superior público e pelo incentivo ao desenvolvimento do ensino-pesquisa-extensão, porque possibilita que nós, estudantes, possamos não somente ingressar como também permanecer na universidade, e nos dedicar às atividades acadêmicas de nossa área. Os cortes na Assistência Estudantil nos expulsam da universidade, nós que somos jovens de famílias de trabalhadores e também os principais contemplados pelas políticas de cotas e ações afirmativas. Além da necessidade de nos sustentar, nós também contribuímos para o sustento de nossas famílias, o que faz com que a entrada no mercado de trabalho seja cada vez mais precoce. Sem Assistência Estudantil, esse processo se torna ainda mais urgente e, muitas vezes, não temos nenhuma condição de nos manter na universidade.

Anísio Brasileiro, reitor que foi reeleito com promessas de democratizar a UFPE, é responsável por esse processo de cortes contra a Assistência Estudantil, e só não conseguiu aumentar também o valor da alimentação do Restaurante Universitário por conta da mobilização dos estudantes organizados. Além disso, por meio de uma medida antidemocrática, ele invalidou o estatuto paritário da UFPE, que distribuiria o poder das decisões da universidade entre estudantes, professores e técnicos. Essa medida dificulta ainda mais nossa disputa por uma política de Assistência Estudantil que não jogue para fora da universidade mais nenhum trabalhador.

Os auxílios na alimentação, transporte, moradia, creche e tantos outros devem ser as principais obrigações da universidade para que não vejamos cada vez mais estudantes a abandonando, o que causa prejuízos muitos maiores do que a Reitoria admite.

Aos que estão chegando, saibam desde já sobre como nossa universidade nos trata! E que essa oportunidade seja também o chamado à luta pelo nosso direito de permanecer aqui dentro. Rumo a uma Universidade Popular, Assistência Estudantil é um direito, não uma esmola!

 
Núcleo Gregório Bezerra – UFPE