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Eleições do DCE da Universidade Federal do Ceará (UFC) : o que aconteceu e o que fazer?
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Eleições do DCE da Universidade Federal do Ceará (UFC) : o que aconteceu e o que fazer?

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Nos dias 23 a 25 de outubro, a UFC esteve em processo eleitoral para o Diretório Central dos Estudantes. Três chapas se apresentaram aos estudantes, onde duas delas, inclusive a “ganhadora”, eram formadas pela última diretoria do DCE: Todas as Vozes (chapa 10) e Reinventar a UFC (chapa 30). Ambas compostas pelo campo democrático-popular (Levante/Kizomba/UJS/Núcleo Popular – chapa 10 -, JPDT – chapa 30). A primeira reivindicava as “vitórias” da última gestão – que são nada mais do que troféus figurativos que só se sustentam na aparência, mas na realidade não foram obtidos através do Diretório central dos Estudantes (DCE), como as vitórias do conjunto do Movimento Estudantil e das ocupações de 2016 – e a última se apresentou como “terceira via”, ora à esquerda ora à direita.

A União da Juventude Comunista esteve presente na construção da chapa 20 – Pra Outra flor brotar, bem como realizou campanha, compondo a lista de integrantes da chapa. A razão de nossa participação veio do entendimento de que é preciso unidade entre os setores do movimento estudantil que realmente estão presentes nas lutas dos estudantes no cotidiano. Fazem parte deste setor de lutas os coletivos RUA, NOS, MAIS, bem como estudantes independentes que acreditam em um modelo diferente de movimento estudantil e de universidade. Desta forma, tivemos por objetivo nos diferenciar das práticas sujas e meramente eleitoreiras empreendidas pelos coletivos Kizomba, UJS, Levante e os demais movimentos que tornam o movimento estudantil apenas mais um palanque para seu programa oportunista de alavancar a figura do Lula para as eleições de 2018, deixando de lado todas as pautas historicamente construídas e cotidianamente sentidas pelo corpo estudantil.

Sobre os indícios de fraude na eleição

Essas eleições foram marcadas por uma série de polêmicas que revelam o caráter e a política do campo democrático-popular, começando pelo vazamento de um áudio onde um militante da Kizomba, membro da chapa 10, ameaçava um membro da chapa 30, admitindo que 17 membros da Comissão Eleitoral estavam à serviço da sua chapa e que ela seria eleita independente do que acontecesse. Com o passar das eleições, isso se provou verdade: mais de 80 recursos pedindo a impugnação das eleições foram entregues para a Comissão Eleitoral, que indeferiu a todos. Além disso, o quórum quase não foi alcançado, revelando a descrença de uma grande parte dos estudantes nessa eleição. Vale ressaltar também a sombra de dúvida que cerca a apuração de todas as urnas desta eleição, que foram sequer lacradas, como afirma o regimento. Algumas urnas tiveram mais votos que número de estudantes aptos a votar!

Estamos diante de uma nova gestão que é legal mas ilegítima ao olhar dos estudantes. A gestão “recém-eleita” reconhece tanto sua situação lamentável que faz de tudo para ser empossada, ignorando e atacando qualquer opinião contrária à “legalidade” e “legitimidade” de sua “vitória”.

 Organizar um campo independente para avançar nas lutas

Por isso, a União da Juventude Comunista vem a público repudiar essa eleição e pedir sua anulação. Os estudantes devem se organizar através de seus CAs e DAs para exigir e pressionar que suas demandas sejam atendidas. É hora de reorganizar as bases dos estudantes para enfrentar os ataques que precarizam a universidade bem como o oportunismo político do campo democrático-popular que se mostra cada vez mais a serviço da direita.